segunda-feira, 14 de março de 2011

Luiz Guilherme dos Reis Gomes
Graduação em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Montes Claros

RESUMO

Esta monografia é um esforço etnográfico de compreensão das sociodinâmicas ambientais da comunidade veredeira de Cabeceira de Forquilha que são construídas por práticas cotidianas de apropriação e significação do ambiente natural e se encontram inseridas em processos de disputa territorial e em um quadro de crescente expropriação do modo tradicional veredeiro de reprodução material, social e simbólica. O modo de vida veredeiro é orientado por uma ética do agir apoiado em uma concepção dos elementos da natureza como sujeitos, em contraposição, à ética dos empresários e dos conservacionistas, para quem a natureza é objeto, passível de ser transformada em mercadoria ou de ser submetida a uma necessária proteção. Estas duas fundamentam os processos de expropriações vividos pelos moradores de Cabeceira de Forquilha e confluem para produzir o etnocídio, atualmente, vivido por essas gentes das veredas. O contexto de disputa territorial entre veredeiros, empresários e ambientalistas, possibilita aos membros desta coletividade politizarem sua identidade étnica para a afirmação de seu modo de vida, especifico, vinculado ao território ocupado objetivando melhorias de suas condições de reprodução social, cultural e material, perante o Estado brasileiro. A interpretação realizada percorre dois caminhos: primeiro a descrição das práticas tradicionais veredeiras e, em segundo lugar, a historicização dos processos de territorialização que incidiram e incidem sobre os veredeiros de Cabeceira de Forquilha. A articulação destas duas perspectivas analíticas permitiu compreender a singularidade da interface homem e natureza da comunidade veredeira, como também as dinâmicas econômicas e conservacionistas mais amplas que confluíram para produzir o etnocídio dos veredeiros espalhados no extremo oeste do norte de Minas.

Palavras chave: Sociodinâmicas ambientais; sistemas produtivos, processo de territorialização; identidade étnica; resistência; embate.

Um comentário:

  1. Olá, Parabéns pela pesquisa minha monografia teve como tema a violência e o banditismo social com o título: VIOLÊNCIA E BANDITISMO SOCIAL: ROTÍLIO MANDUCA O BANDOLEIRO QUE FES E ACONTECEU NO NORTE DE MINAS GERAIS ENTRE 1910 A 1930. Marcos Veloso

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